19 outubro 2009

O MEIO AMBIENTE

O conceito de meio ambiente, segundo (GRINOVER 1989 apud TOMMASI 1994), “é um jogo de interações complexas entre o todo ambiental”. O “Todo ambiental” para o autor, compreende: flora, fauna, processos físicos naturais, biogeociclos, riscos naturais, utilização do espaço pelo ser humano, etc. Segundo (CAPRA, 1996) este conceito coloca o espaço físico criado pelo ser humano entrelaçado com o espaço físico natural, como a teia da vida, onde tudo tem relação, está interconectado.
Segundo (SACHS 1986, apud TOMMASI, 1994), meio ambiente “inclui os domínios ecológicos, sociais, econômicos e políticos”, pois é formado pelo ambiente natural, artificial e o social ou cultural.
É consenso geral que desde sua aparição sobre a terra o ser humano vem causando impacto ambiental. (CAMARGO, 2003) diz que durante todo o século XX ocorreu uma grande transformação do ser humano com a natureza. A terra sempre foi um sistema dinâmico, e as profundas alterações que sofreu ao longo da história demonstram sua aptidão para construir estabilidades novas. Porém, a ação humana possui um enorme potencial desequilibrador.
Segundo (CAMARGO, 2003), assim como nosso modelo econômico de desenvolvimento modificou e aperfeiçoou em muitos aspectos a relação do ser humano com seu meio ambiente, também provocou transformações dramáticas no ambiente natural. Convive-se atualmente com problemas ambientais de diferentes características e magnitudes, tais como: poluição das águas, poluição da atmosfera, degradação de florestas, erosão dos solos, desertificação, perda da biodiversidade, danos à camada de ozônio, aquecimento global e muitos outros.
IMPACTO AMBIENTAL
Segundo o “Federal Environmental Assessment Review Offce” (FEARO, 1979 apud TOMMASI,1994), impacto ambiental são processos que perturbam, descaracterizam, destroem características, condições ou processos no ambiente natural; ou que causam modificações nos usos instalados, tradicionais, históricos, do solo e nos modos de vida ou na saúde de segmentos da população humana; ou que modifiquem de forma significativa o meio ambiente.
A Resolução nº. 001 do CONAMA definiu impacto ambiental como: “Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, etc.”.
“Glossário de Ecologia” da ACIESP (JAÓ 1987, apud TOMMASI, 1994) define impacto ambiental como: “... toda ação ou atividade, natural ou antrópica, que produz alterações buscas em todo meio ambiente ou apenas em alguns de seus componentes. De acordo com o tipo de alteração, pode ser ecológica, social ou econômico...”.

16 outubro 2009


INDÚSTRIA LUCRA COM ONDA VERDE

Setores industriais que nada têm de verde estão descobrindo na gestão ambiental formas de gerar mais eficiência e garantir novas fontes de receita - além de melhorar a própria imagem perante a sociedade. No Brasil, os setores siderúrgico e de papel e celulose estão se destacando em termos de gestão ambiental e, em alguns casos, transformando-se em referência internacional.

No setor siderúrgico, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Usiminas e Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) são alguns exemplos de empresas que vêm melhorando a eficiência do próprio negócio a partir de iniciativas de reaproveitamento de gases, reciclagem de resíduos e uso eficiente da água.

Na CST, que pertence à multinacional Arcelor Mittal, o modelo de gestão ambiental, está sendo exportado para as demais subsidiárias do grupo no mundo, sobretudo para EUA e Europa. A empresa gera, para cada tonelada de aço líquido, 500 quilos de resíduo - ante uma média de 650 quilos da indústria no mundo. E 96% desse resíduo é reaproveitado internamente ou vendido para terceiros, o que garante uma receita extra de US$ 41 milhões.

A Companhia Vale do Rio Doce é um dos principais clientes para a escória de aciaria, um subproduto na fabricação do aço que substitui a brita - recurso natural não renovável - e é usado em ferrovias. "Além de reduzir o impacto ambiental, estamos desenvolvendo novos negócios", afirma o gerente da divisão de meio ambiente da CST, Luiz Antônio Rossi.

Praticamente toda a água utilizada no processo produtivo da CST é reutilizada ou reciclada, e a empresa é auto-suficiente em energia. "Essa gestão ambiental nos garante um dos menores custos operacionais do setor no Brasil", garante Rossi.

Dentre as indústrias de papel e celulose, empresas como Klabin, Suzano e Aracruz descobriram cedo que se não incorporassem a questão ambiental a seus negócios, dificilmente continuariam no mercado. Alvo constante de comunidades indígenas e trabalhadores rurais em conflitos de terra, a Aracruz vê a incorporação da preocupação socioambiental como uma questão de sobrevivência. "O mundo mudou para as empresas", diz o diretor de sustentabilidade da Aracruz, Carlos Alberto Roxo. "Antes você tinha de se preocupar apenas com investidores, fornecedores, clientes e trabalhadores. Hoje, tem de atender às demandas de comunidades, governos, imprensa, organismos multilaterais. E esses atores exigem que você caminhe dentro da sustentabilidade."

Única companhia florestal do mundo a fazer parte do índice de sustentabilidade da Dow Jones, a Aracruz tem ido além da legislação ambiental. Pelas regras brasileiras, as propriedades agrícolas na região Sudeste devem reservar 20% de sua área para mata nativa. A Aracruz reserva 30%. "Fazemos isso por uma questão de sustentabilidade e de interesse econômico", diz o diretor de sustentabilidade Carlos Alberto Roxo. A mata nativa protege uma plantação de eucalipto de pragas, reduzindo a necessidade de fertilizantes e defensivos agrícolas.

No processo industrial, a empresa transformou o que antes era poluição - licor negro gerado na produção de celulose - em combustível, e hoje é auto-suficiente em energia. Por pressão de consumidores europeus, a empresa investiu US$ 100 milhões em um processo de branqueamento de papel menos poluente.

"No início, o meio ambiente era uma questão de responsabilidade social", diz o consultor Marco Antonio Fujihara. "Com a constatação de que o aquecimento global é uma verdade inequívoca, as empresas perceberam que incorporar os princípios de sustentabilidade é uma forma de gerar valor."

Reaproveitamento de água: Praticamente toda a água utilizada no processo produtivo da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) é reutilizada ou reciclada, e a empresa é auto-suficiente em energia elétrica.

AÇÕES PARA REDUZIR O IMPACTO AMBIENTAL

Reciclagem de resíduos: A CST gera, para cada tonelada de aço líquido, 500 quilos de resíduos. Cerca de 96% são reaproveitados internamente ou comercializados para terceiros. Entre outros usos, podem ser usados como substitutos para a brita. A Vale do Rio Doce compra o produto para usar em ferrovias.

Menor emissão de gases: No ano passado, a CST reduziu em 10% as emissões atmosféricas de gases em geral. Segundo a empresa, a mudança ocorreu por melhorias nos processos produtivos, mesmo sem novos equipamentos.

Áreas de preservação: Pela legislação brasileira, as propriedades agrícolas (incluindo as de indústrias de papel e celulose) na região Sudeste devem reservar 20% de sua área para mata nativa. A Aracruz reserva 30%.

Novos combustíveis: A Aracruz utiliza licor negro gerado na produção de celulose - altamente poluente - como combustível, e hoje é auto-suficiente em energia. (Ecopress com informações do jornal O Estado de S. Paulo - SP - 09/04/07)