13 dezembro 2009

Quanto custa para salvar o planeta Terra?

Um estudo encomendado pela organização britânica Friends of The Earth ao Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, calculou quanto se gastaria para reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40% numa projeção de 10 anos. Cada europeu pagaria em torno 2 euros por dia (ou 5 reais).

Segundo os pesquisadores, toda a Europa deverá gastar em torno de 2 trilhões de euros, o correspondente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado durante a próxima década. O relatório sujere que para chegar a essa meta, a população teria de aceitar impostos mais altos, além de alterar o seu estilo de vida.

Mudança do clima pode deslocar 200 milhões de pessoas até 2050, diz ONU


O relatório sobre a população mundial divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estima que a mudança do clima pode contribuir para o deslocamento de um contingente populacional de aproximadamente 200 milhões de pessoas até 2050.


De acordo com o representante do UNFPA no Brasil, Harold Robinson, o Brasil corre sérios riscos caso os rumos das mudanças de clima não sejam alterados, pois grande parte da população brasileira vive no litoral. “O Brasil também corre risco, pois inúmeras cidades estão situadas ao longo da costa”, disse, se referindo à possibilidade do aumento do nível do mar.

Robinson citou o dado preocupante de que o derretimento do gelo da Antártida aumentou 140% na última queda. Segundo ele, é exatamente esse fenômeno que pode acarretar com a devastação de cidades litorâneas a médio e longo prazo. “Sete em cada dez desastres naturais são relacionados ao clima”, disse.

O documento foi lançado simultaneamente em Brasília, Londres, Paris, Washington, Bangkok, Joanesburgo, Cidade do México e outras 120 capitais no mundo inteiro. Com o título “Enfrentando um mundo em transição: mulheres, população e clima”, o relatório aponta que as dinâmicas populacionais e principalmente o papel das mulheres têm sido ignorados no debate sobre como resolver os problemas de elevação dos mares, secas, derretimento de geleiras e condições meteorológicas extremas.

Responsável pela análise do estudo, a representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Taís Santos, se mostrou preocupada com a Amazônia. Segundo ela, se o quadro climático não for controlado a floresta poderá ter seu bioma modificado e, com isso, diminuir em 20% as chuvas na região. “O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”, comparou.

O assunto foi discutido no segundo dia da conferência do clima em Copenhague que vai até a próxima sexta-feira (18). O relatório estima que cerca de 20 milhões de pessoas já ficaram desabrigadas em razão de desastres naturais e que nos próximos anos, a situação tende a se agravar.

Dos milhões de refugiados, só uma pequena parcela tem condições de tentar a vida em lugares melhores. A maioria migra para cidades populosas aumentando os problemas em países menos desenvolvidos e pobres.
"Além da luta imediata diante dos desastres naturais, a migração pode não ser uma opção para os grupos mais pobres e vulneráveis", disse o relatório da OIM. A Organização sugere que os países consigam gerir internamente a migração ambiental, com exceção de algumas ilhas que devem desaparecer sob as águas do mar.

Os fenômenos climáticos responsáveis pela migração variam entre elevação dos oceanos, inundações, poluição da água, desertificação, entre outros, que deverão gerar um grande impacto na população do planeta nos próximos 40 anos.